Abro o ano de 2006 debruçando-me sobre a essência da Esgrima - o toque.
É com este objectivo que se adquirem inúmeras técnicas organizando-as em estratégias ofensivas ou defensivas.
Explicava o Mestre Horvath que se podia tocar no adversário de duas formas:
* Quando a nossa acção chega antes da contra-acção do adversário (ex. um ataque que chega antes da parada do opositor)
* Quando a nossa acção ilude o adversário enganando a sua contra-acção (ex. um ataque com finta enganando a parada do opositor)
A principal diferença entre estes dois "tipos" de toque é que a primeira forma permite-me obter êxito sobre adversários mais fracos, ou melhor, em que a contra-acção necessária face à minha acção seja de qualidade inferior, enquanto que a segunda forma possibilita-me enganar a contra-acção do meu adversário não dependo assim exclusivamente da minha capacidade de execução mas sim da minha capacidade de antecipação do que vai acontecer.
Atentemos no seguinte. Se jogar com o campeão do mundo dificilmente o consigo atacar sem cair na sua parada. Posso no entanto aumentar a probabilidade de êxito se construir uma das seguintes situações:
* Fazê-lo acreditar que não vou atacar, atacando num momento inesperado.
* Fazê-lo acreditar que irei atacar um determinado alvo (ex. peito) conduzindo a sua leitura para preparar uma parada alta e atacando um alvo oposto (ex. pé).
* Fazê-lo acreditar que vou atacar num determinado alvo, "orientando" a sua decisão de parada e atacando com finta sobre essa mesma parada.
Estas são apenas algumas estratégias onde, utilizando o trabalho de preparação, tentamos antecipar a contra-acção do nosso adversário "induzindo" as suas reacções, aproveitando-as para a conclusão do nosso toque.
Podemos vencer os nossos adversários com qualquer tipo de toque, mas só o controlamos verdadeiramente quando o enganamos explorando os seus erros e principalmente "conduzindo" as suas reacções.
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