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Ainda sobre o Toque... PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
O Toque é de facto a essência do jogo. É com ele que se constróem as vitórias e é à custa dele que se amargam as derrotas.
Lembro-me de uma prova em Heidenheim, uma das mais importantes Taças do Mundo de Espada Masculina de todo o Circuito Mundial, onde o atirador da Estónia Kaaberma se sagrou vencedor, tendo passado a fase de poules com apenas 1 vitória e com um diferencial entre toques dados e recebidos apenas 1 toque acima do último dos eliminados.
Cada Toque tem a sua importância e a sua construção deve assentar numa estratégia que favoreça as características técnicas do atirador, dificulte a oposição do adversário e dê resposta às necessidades do momento na prova.
Sempre fui um defensor da estratégia, pois considero que foi ela que me permitiu como atleta desempenhos de nível superior ao meu domínio técnico.
Quando jogava sentia grandes dificuldades nos assaltos de eliminação directa, pois como são jogados a 15 toques num período máximo de 9 minutos, carecem de uma consistência de jogo que faça frente às qualidades dos opositores e às constantes alterações que este execute consoante a marcha do resultado.
Foi então que comecei à procura de soluções para tornar os jogos de 15 toques "mais curtos". Decidido a "encurtar" o tempo e os toques em disputa iniciei a construção de uma estratégia de base assente no seguinte objectivo - Retardar o aparecimento dos primeiros toques no jogo e arriscar na obtenção de uma pequena vantagem à entrada dos últimos 3 minutos de jogo. Com esta estratégia estava convicto que aumentava a pressão sobre o adversário ao dar-lhe menos tempo para a recuperação, aumentando os seus erros pelo facto de ter que preparar as acções de uma forma mais rápida.
Do meu lado ficava a pressão de disputar os jogos todos com margens mínimas no resultado, muitos deles num toque decisivo. Sabia também que para retardar o aparecimento de toques teria que trabalhar de forma muito activa no jogo com grande exigência física, pois se tomasse uma atitude passiva só conseguiria "congelar" os dois primeiros terços do jogo se o meu adversário assim o quisesse.
Não pretendo defender esta estratégia como mais ou menos correcta do que outras, mas sim mostrar a importância que a estratégia de jogo, na qual o tipo de toques utilizados foram apenas "uma peça" do sistema, teve no meu desempenho.
A cada atirador cabe construir a sua estratégia e adaptá-la em função do objectivo de cada jogo. Eu tive a felicidade de construir a minha em conjunto com o Mestre Horvath... e os toques que fomos utilizando estavam sempre ao serviço de uma estratégia de jogo.

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