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Aprendendo com os números... PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Sempre gostei de analisar resultados das competições internacionais. Com eles conseguimos acompanhar carreiras desportivas e recolher algumas informações que nos podem ajudar a interpretar e interagir com os nossos atletas.
Na minha opinião, uma das grandes dificuldades da formação de jogadores de competição, centra-se na gestão da sua motivação, tendo em conta as suas capacidades, o seu percurso de desenvolvimento e principalmente a percepção que ele próprio tem de si nestas duas dimensões. Ajudar o atleta a compreender "onde está" e predispô-lo a percorrer um longo trajecto, repleto de altos e baixos, é uma tarefa que pode ser optimizada com a análise do percurso de "outros" identificando semelhanças e diferenças com o seu próprio trajecto.
É difícil na esgrima definir um conjunto de indicadores que prevejam de forma segura o sucesso e insucesso da carreira de um atirador. Já aqui falei diversas vezes do Espanhol Pereira que se sagrou Campeão Mundial aos 29 anos tendo atrás de si um conjunto de resultados que nada fariam prever esta ascensão ao top, onde se manteve nos anos seguintes. Já Kolobkov e Fabrice Jeannet entraram pelo escalão sénior mantendo o mesmo nível de resultados que faziam nos Juniores instalando-se logo nos primeiros lugares. Outros ainda, com grandes desempenhos nos Juniores, passaram a seniores sem voltar a integrar o grupo dos melhores. Lembro-me por exemplo dos Italianos Rota e Cafiero, este último claro dominador enquanto Júnior vindo a desaparecer na passagem a sénior, escalão onde Rota cedo se impôs invertendo os sinais dados quando mais novos. Também interessantes os desempenhos do campioníssimo Francês Obry que em anos pré-Olímpicos se afundava na tabela de Ranking com épocas desastrosas. Felizmente para ele e para a França o sistema de qualificação para a Selecção não se centrava no Ranking e o Treinador pôde depositar a sua confiança nas características e valor deste atirador permitindo-lhe a conquista de várias Medalhas.
Outro percurso interessante é o da equipa Holandesa que nos habituámos a ver praticamente em todos os torneios do Circuito Mundial. O jovem Verwijlen ocupava os primeiros lugares dos rankings de Juniores mas, à boa maneira Portuguesa, justificávamos esse sucesso pelo facto de jogar todos os torneios obtendo o maior número de pontos nos Torneios menos conceituados, no entanto com uma cuidada análise de resultados veríamos que tinha já diversas finais ganhas ante atiradores de top da equipa Francesa como Roberi e Grumier. À passagem para sénior tardava em repetir desempenhos daquele valor, embora alcançando algumas presenças em finais, até que em 2005 se sagrou medalha de bronze no Mundial de Seniores, perdendo o acesso à final frente a Kolobkov por apenas 1 toque de diferença. Tigchelaar e Den Otter eram daqueles jogadores sem nada extra, nem altos nem baixos, nem magros nem gordos, nem rápidos nem lentos (hoje ambos contabilizam diversas finais). A estes juntava-se o experiente Kardolus que sempre consideramos um jogador não muito forte que mal sabia atacar mas que no início de 2000 subiu aos primeiros 10 do Ranking Mundial com um conjunto de resultados fantásticos, onde se manteve até 2004.
Jogámos contra esta equipa diversas vezes. Ganhávamos com certa facilidade como em Verceli em 2001, mais tarde em Lisboa em 2002 já fomos batidos por 45/44 e à passagem por Copenhaga em 2004 já a nossa arte e engenho se via inferiorizada por uns claros 45/37, tendo eles jogado dois jogos com o seu suplente.
Este era o exemplo do trabalho, da procura de subida de desempenho com frequentes experiências internacionais, do levantar a cabeça a seguir a cada desaire, do aproveitamento do posicionamento geográfico para efectuar períodos de treino junto de grupos fortes de esgrimistas (realizavam muitos estágios na Alemanha).
Olhar para fora não é copiar sofregamente tudo o que se faz no estrangeiro mas sim analisar o que se faz e adaptar os elementos que tenham transfere para a nossa realidade. Para que um dia possamos passar do discurso - "Ganhei ao Boisse", "Ganhei ao Milanoli", "Ganhei ao João Gomes" - para algo tipo - "Ganhei uma prova como o Boisse, como o Milanoli ou como o João Gomes".
PS - Já agora, só por curiosidade, Tigchelaar foi 6º na Taça do Mundo do Qatar no passado fim de semana e com todos os melhores jogadores em prova até porque era um Grande Prémio e os pontos contaram a dobrar.

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