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Pequenos grandes gestos… de Campeão. PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Diário do Nuno
Escrito por Nuno Frazão   
Domingo, 04 Março 2012 09:07

Aguardava pelo inicio do quadro de eliminação directa sentado na bancada do Pavilhão de Tallin. Uma bancada ligeiramente elevada em relação ao chão, iniciando-se como um balcão a pouco mais de um metro de altura.

Á direita, alguns degraus abaixo de onde me encontrava, estava o Italiano Pizzo, actual Campeão do Mundo, conversando com um dos colegas de selecção, enquanto na zona desportiva muitos atiradores refaziam o aquecimento, jogando, fazendo deslocamentos, ou simplesmente realizando alguns exercícios de carácter geral como era o caso do espanhol Alvarado que ali estava por perto.

De repente, Pizzo levantou-se e chamou o espanhol, tratando-o pelo seu primeiro nome, Marius, o que denotava alguma proximidade. Alvarado deslocou-se até junto da bancada quase sem expressão facial denotando alguma admiração pela chamada do Italiano.

Sem grandes palavras Pizzo saltou para a parte de dentro do pavilhão e tirou do seu saco uma camisola oficial da selecção Italiana e deu-a a Alvarado, acentuando ainda mais o seu espanto. Pizzo disse-lhe que era para ele e prontamente o Espanhol percebeu o que se estava a passar e, com um pequeno sorriso sensibilizado foi dizendo algo do tipo – “não era necessário”.

Pizzo insistiu, Alvarado agradeceu e separaram-se deste breve contacto que seguramente não chegou a durar 1 minuto.

Percebi logo que me tinha escapado algo naquela breve história que se passara à minha frente (mas já lá volto)…

(…)

Em 2010 jogávamos em Heidenheime a Taça dos Clubes Campeões Europeus e, após vitória sobre os Campeões Nacionais do Luxemburgo tivemos pela frente os Campeões da Europa de 2009, a Aeronáutica Militar, composta pelo Campeão Olímpico Tagliariol e os dois atiradores também da selecção Italiana Carozzo e Pizzo (que na altura era o suplente do suplente da Squadra Azzura, tendo no entanto já um conjunto de muito bons resultados em Taças do Mundo).

Desde os primeiros momentos em que nos cruzámos na pista senti um desrespeito jocoso dos nossos opositores face à equipa Portuguesa. Percebia-se que faziam piadas sobre nós e sobre o “massacre” que seguramente se iria iniciar em breves instantes. Um comportamento que jamais havia vivenciado com a anterior geração de craques Italianos dos quais tenho o privilégio de ser amigo de alguns, mas que tinha já experimentado como atirador, também numa prova de equipas, frente à França onde o Campeão Olímpico que estava a suplente entrou para o último assalto comigo para fazer um determinado resultado que tinha apostado com os seus companheiros, aposta essa da qual só me apercebi quando dei um toque e todos se riram gozando com ele por ter perdido a aposta a que se tinha proposto (penso que terei perdido esse parcial por 3/5 ou 4/5 mas jamais esqueço o “ódio” que senti naquele momento face àquele comportamento).

Voltando a Heidenheime… Se o comportamento daquele grupo de “campeões” foi incomodo, Pizzo destacou-se claramente pela negativa, jogando de forma incorrecta e desrespeitosa e fazendo comentários para os colegas e rindo a cada toque, deixando-me claramente incomodado, o que me levou mais tarde a abordar o assunto com a equipa técnica Italiana suscitando da sua parte um pedido de desculpas pelo que se tinha passado.

Bem sei que um comportamento não define uma pessoa, mas confesso que desde 2010 não nutro uma especial admiração por Pizzo.

(…)

(voltando a Tallin)

… enquanto Alvarado se dirigiu para o outro lado do pavilhão com a sua camisola nova de Itália, comentei com a rapaziada o que acabara de se passar à minha frente, ficando a saber que, semanas antes, no Qatar, Pizzo e Alvarado tinham-se defrontado no quadro de eliminação directa. O resultado teria estado equilibrado até 8/8 mas depois de uma discussão sobre a validade de um toque, Pizzo ficou “louco” e carregou em cima do espanhol com tamanho ímpeto “castigando” o seu adversário com toques “duros” até uma rápida vitória final 15/8.

Aquilo a que eu tinha assistido, era então um gesto de Campeão de Pizzo “desculpando-se" perante Alvarado de algo que, posteriormente, teria considerado um comportamento desapropriado.

Se errar “não é problema”, pois todos erramos… reconhecer o erro e retratarmo-nos também não envergonha ninguém. Mesmo que num gesto simbólico, perdido no canto de um qualquer pavilhão.

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