A qualificação Olímpica para Londres 2012 terminou para nós este fim de semana após a Taça do Mundo de Paris.
Distantes dos lugares cimeiros do Ranking Mundial que davam acesso à classificação direta para Londres, a qualificação Olímpica para a espada portuguesa passa agora exclusivamente pela prova de apuramento de zona que no dia 21 de Abril vai juntar em Bratislava cerca de 30 espadistas, um de cada país europeu sem nenhum atleta qualificado pelo Ranking, para carimbar os últimos quatro passaportes Olímpicos.
Sabíamos que o percurso era difícil e trabalhámos em conjunto com vista a conseguir chegar a esta fase com um atirador como o melhor português no Ranking Mundial de forma a estar na prova de apuramento, o que no entanto não conseguimos.
Embora não fosse o único objetivo da época, a qualificação Olímpica e, numa primeira fase, a conquista do acesso à prova de qualificação Olímpica, foi um objetivo assumido. Aliás, este foi um objetivo traçado há quatro anos atrás e para o qual muito trabalhámos, passando por momentos mais positivos que outros mas evoluindo ano após ano, como pudemos verificar pelos desempenhos obtidos.
O esforço e dedicação dos atiradores que se aproximaram deste objetivo não foram solitários e cabe-nos aqui hoje, num momento de maior insatisfação pelo que não alcançámos, não esquecer aqueles que também fizeram parte desta ambição e que tornaram possível lutar por este sonho:
- Os Companheiros de Equipa - desde os mais avançados colocando competição direta na luta pelos lugares cimeiros e elevando a qualidade das muitas horas de treino, até aos mais jovens contagiando diariamente com o seu entusiasmo, passando pelos “cotas” do lazer com uma admiração sempre presente pelo percurso e desempenhos destes atletas.
- À Equipa de Treinadores e Apoio Complementar – com o trabalho muitas vezes não visível da Carla no âmbito da preparação física, do Armando no trabalho de prevenção e acompanhamento de lesões e do Káká que, mesmo em prova como atirador em busca deste objetivo Olímpico, muitas vezes desempenha um papel claramente técnico no acompanhamento de assaltos dos colegas.
- Aos Pais – que sempre alimentaram este nosso sonho, compreendendo esta paixão pelo desporto e o tempo e dinheiro que esta ambição “consome”.
- Às “cara-metade” – a quem reconheço nem sempre ser fácil conviver com quem se envolve no desporto desta maneira.
- Aos Familiares e Amigos – que muitas vezes têm que se socorrer dos facebooks tecnológicos para manter alguma proximidade que muitas vezes é fisicamente difícil de encontrar com tantos treinos, provas e viagens.
- A todos aqueles que não mencionei e que direta ou indiretamente nos ajudaram e ajudam neste maravilhoso mundo do desporto.
Mas este é apenas mais um capítulo de uma história que só termina quando cada um lhe quiser colocar um ponto final.
Este fim-de-semana, também na Taça do Mundo de Paris, o Italiano Alfredo Rota colocou o seu ponto final. A caminho de atingir 37 anos e ficando a um pequeno passo de mais uma participação Olímpica Rota escrevia na sua página do Twitter cerca de uma hora depois de ser eliminado – “Oggi ho scritto l'ultima pagina di un libro durato vent'anni, grazie a chi mi ha aiutato a scriverlo e a chi l'ha voluto leggerlo. Grazie!!!!!” (Hoje escrevi a última página de um livro que durou vinte anos, obrigado a quem me ajudou a escrevê-lo e a quem o quis ler. Obrigado!!!).
Nós ainda só vamos a meio do livro (e alguns ainda nem bem a meio). Enquanto quiserem continuar a escrever… não faltará “papel e lápis”.
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