Desde o passado fim-de-semana, onde decidi jogar este último Torneio da época, que tenho andado com o bichinho da prova bem característico dos "velhos tempos" de competição. Ansioso pela chegada do dia, entusiasmado sempre que falava no assunto e imaginando-me a jogar com este ou aquele adversário lá fui passando os dias até...hoje.
Quando tocou o despertador (é verdade que já tinha acordado uns momentos antes) levantei-me rapidamente e lá me dirigi para a prova. A primeira preocupação foi fazer a parte do aquecimento geral prolongada e progressiva, para não me aleijar nalgum movimento mais brusco no entusiasmo da competição (as costas e os joelhos já não estão sempre disponíveis para grandes aventuras). No aquecimento específico joguei com o Pedro, com o João e logo aproveitei para matar saudades dos tempos de treino na Lapa jogando com as Anas -Gomes e Miranda -que não me negaram o prazer de atirarmos um pouco.
O primeiro jogo da poule foi com o Tomás. Sabia que tinha de me manter longe para não ser apanhado pelos seus ataques. As coisas foram correndo de feição e perto do final do tempo tinha alcançado uma vantagem de 4/2 que me permitia controlar o final do jogo. Com uma parada-resposta de 4ª terminei a primeira tarefa. Segunda tarefa - Afonso Pegado. Um jogador que desconhecia e para o qual havia que preparar uma parada para o primeiro toque de forma a travar logo de início as suas iniciativas de sair em ataque. Tarefa conseguida e depois, com o adversário submetido na defesa, foi trabalhar os tempos de ataque e lá terminei com 5/1 favorável. Terceira tarefa o jovem Alison Dias. Ainda muito inexperiente atacou sempre a medo dando-me sempre o momento de saída na sua preparação. Mais uma vitória por 5/1 e a certeza que hoje era um dia em que encontrava com facilidade o tempo certo de saída o que me dava confiança para jogar muito perto do adversário. Quarto jogo - João Cordeiro. Sabia que ele jogava sempre a pressionar e ameaçando em baixo, pelo que joguei também fechado em baixo tapando-lhe aquele caminho. O assalto foi equilibrado chegando ao final do tempo com 4/4. Com a prioridade do lado João, verifiquei que este não tinha intenções defensivas, pelo que me preparei para tomar o seu tempo de preparação e executar uma saída ao pé. Resultou. Somei a 4ª vitória. Quinto obstáculo - Pedro Milharadas. Nunca foi um adversário fácil para mim mas hoje, com a proximidade com que joguei dos opositores, encontrei com facilidade as distâncias de saída com finta e do contra-ataque ao pé e lá voltei a vencer por 5/1. Para encontro final - Hélder Borges. Jogo controlado até aos 4/2 e depois alguma precipitação para terminar com alguns ataques em zonas desadequadas e distância longa. Recuperou até 4/4 e na prioridade... aplicou-me a primeira derrota (viria a ser a única) do dia.
Com a passagem à fase seguinte na 2ª posição fiquei isento do quadro 32, iniciando a eliminação directa apenas no quadro 16 com uma vitória sobre o João Ferreira. No quadro de 8 tinha o difícil assalto frente ao Káká. Sabia que tinha que correr alguns riscos jogando mais perto do que o habitual e atacando antes de estar pressionado nos últimos dois metros de pista. Estava muito motivado com os ataques sem ferro a saírem em bom tempo com flecha e, a ajudar, alguns toques ao pé obrigando-o a abrir mais nas paradas. No final 15/12 e a passagem às meias-finais que se realizavam apenas às 17h30.
Regressando ao Pavilhão para os últimos jogos, após uma patuscada com os companheiros de equipa assistindo ao Portugal - Irão, lá voltei ao demorado aquecimento geral para não ter surpresas. Pela frente o jovem Nuno Milharadas que surpreendentemente havia colocado fora de competição o experiente Bruno Barnabé. Sabia que ele iria jogar muito à defesa e que eu tinha de ter muito cuidado no início do jogo para que este fosse avançando sempre com resultado favorável. Mais uma vez, a distância curta a que estava a conseguir jogar e a alternância entre ataques ao pé e saídas em cima deu-me uma confortável condução de jogo culminando com uma passagem à final por 15/5 (é certo que o jovem Milhas respeitou demais o adversário com que estava a jogar e isso retirou-lhe capacidade de luta. O treino e a experiência tratarão de o ajudar a resolver esse problema. Mas está de parabéns pela excelente prova que fez).
Na final de novo o Hélder Borges. O único que me tinha batido em todo o dia. O jogo seria fechado da parte dele, sem grande iniciativa de correr riscos. A mim, cabia-me conduzir o ritmo do assalto e não arriscar toques em alvos pequenos como a mão e o pé. Se o resultado me fugisse de início tudo seria muito complicado. No final do primeiro tempo uma desvantagem de 5/6, que teimava em não virar. Com uma esquiva igualei 6/6 e, jogando numa distância mais curta pressionando a saída do Hélder lá consegui tomar o rumo do assalto terminando num favorável 15/9.
O dia estava terminado e a alegria imensa. Voltei à pista, diverti-me a jogar e, como se não bastasse... ganhei.
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