Sou um optimista... é verdade.
Embora não me considere um daqueles optimistas desmesurados, que acredita que tudo na vida se pinta em tons de rosa e que normalmente acabam esmagados na sua própria ingenuidade, acho sempre que se consegue fazer mais e melhor.
Talvez tenha sido este o principal ensinamento que retirei do desporto de competição e que me tem ajudado ao longo da vida - Posso até não conseguir chegar a um determinado objectivo demasiado ambicioso, mas só depende de mim colocar-me no caminho e começar a percorrê-lo.
Para mim, este é um momento muito importante na Esgrima Portuguesa em termos de projecto desportivo. Não decisivo... porque isso o meu optimismo não deixa existir (pode-se sempre voltar a levantar depois de cada queda). Importante porque há vontade de mudar. De procurar novos caminhos. De fazer mais e melhor. De cometer erros diferentes, na procura das soluções.
Mas será também um momento difícil. Difícil porque obriga a modificar hábitos e "direitos adquiridos". Difícil porque somos uma família muito pequena em que cada situação tem rostos e nomes com os quais cruzamos sentimentos (é muito mais simples dizer às dezenas de funcionários de um Hipermercado que irão receber menos, ou trabalhar mais, ou trocar de turno, do que dar essa mesma informação à "Dona Arlete que trabalha à 15 anos na Mercearia do Sr. Francisco, de quem até é Madrinha do filho mais velho").
O momento é também importante porque para efectuar mudanças é necessário reflectir sobre o que temos. Efectuar o diagnóstico do situação actual, identificar as necessidades, enquadrá-las com a especificidade do contexto... e só então procurar soluções. De nada serve idealizar novos modelos de trabalho se não se conhecer de forma consistente o que pretendemos que eles venham resolver.
Dizia o Mestre Horvath, que o principal problema dos jovens treinadores era estarem constantemente a efectuar alterações, procurando a cada momento resolver os problemas o mais rapidamente possível. E aconselhou-me - Quando não sabes o que fazer e principalmente porque fazer...não faças nada. Estuda melhor o problema.
Não que desta forma não se cometam erros. Mas só sabendo porque mudamos, podemos enriquecer o diagnóstico e continuar em busca das soluções para um problema persistente. (para os amantes de "Dr. House", 5ª-F à noite TVI, é fácil entender isto do diagnóstico e da constante aferição com os erros de alterações conscientes).
Toda esta conversa apenas para dizer que... Eu acredito que as coisas vão melhorar. E no que me for possível continuarei a colaborar. Não com a sabedoria que não tenho, não com as verdades que desconheço, apenas com... as minhas opiniões. Para que elas se possa cruzar com as dos outros e, de alguma forma, ajudarem a percorrer o caminho que todos desejamos.
Boa Época para Todos.
Comentarios
 |
