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Há muito que não escrevo no “Diário do Nuno”, mas penso ter ganho alguns leitores através do título desta reflexão.
Que me perdoem aqueles que avançam mais um paragrafo na expectativa de apreciar mais uma daquelas estórias que tantas vezes fazem história nas páginas menos bonitas deste mundo fantástico que é o desporto, envolvendo verdade desportiva.
Mas se já chegaram até aqui, fiquem só mais um pouco, pois a história que aqui vou relatar é digna do que de melhor tem o já referido fantástico mundo que é o desporto.
Aproximava-se mais uma deslocação à capital espanhola. Iriamos estar presentes como sempre estivemos nos últimos 20/30 anos. Se noutros tempos esta foi uma deslocação de seleção nacional, não foi o facto de ter deixado de o ser, que nos afastou de, anualmente, voltar ao afamado Torneio do SAMA.
De meias às riscas íamos 7… não que não houvesse mais candidatos e mais meias, mas responsabilidades académicas e outros compromissos pessoais impediam-nos de sermos um pouco mais. Toda a maneira, só este número obrigava-nos a apresentar um árbitro.
Eu não iria poder acompanhar, outros dos nossos árbitros estavam também com compromissos inadiáveis e as alternativas estavam a escassear.
“Ele” chegou ao treino e disse – “ a questão do árbitro está resolvida”. Como estávamos ainda à espera de respostas de árbitros espanhóis, questionei – “Então temos boas novidades de Espanha?”. – “Não. Mas não há problema porque a solução já está encontrada”. – “Então?...”. – “Eu arbitro. Está decidido.”…
O que se passou a seguir na nossa conversa não é relevante para a história mas, obviamente, a solução não passou por deixar que “ele” deixasse de jogar para arbitrar de forma a que os colegas pudessem participar.
É por estas e por outras que o mundo do desporto é de facto fantástico e desenvolve, nalgumas pessoas, o que de melhor têm para dar.
Esta é aprova que, por vezes, os CAMPEÕES… também ganham e, neste caso, o SAMA foi ganho pelo… (quase) árbitro.
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