Pode ajudar Sr. Scolari? |
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Estou a escrever-lhe pela 2ª vez (a primeira foi em 7de Julho de 2006 http://www.esgrimapfc.com/index.php?option=com_content&task=view&id=141&Itemid=88888890 ) para lhe pedir ajuda, caso seja possível. Sempre admirei as pessoas que desempenham com excelência as áreas do ensino e do treino tratando com mestria os pequenos detalhes que fazem a diferença para os demais, pelo que a sua pessoa faz parte de um pequeno conjunto de profissionais que considero de referência. Ao longo dos cerca de 20 anos que já levo ligados ao ensino/treino tenho tentado tratar o tema da indisciplina com… naturalidade. Procuro transmitir aos meus alunos que por vezes cometemos erros, embora existam erros que ultrapassam todos os limites e que de facto não há nenhum motivo que o justifique. Digo-lhes que depois do erro cometido, o que há a fazer é levantar a cabeça, reconhecer e assumir a responsabilidade do acto, sem procurar agravar mais a situação com desculpas esfarrapadas ou enrolando ainda mais a história. E, por fim, digo-lhes que temos que arcar com as consequências do nosso erro, quer seja pelas sanções que nos sejam aplicadas quer seja tomando as medidas adequadas, tendo em conta a responsabilidade e o papel que ocupamos face à gravidade do erro que cometemos. Foi também neste período de tempo que vivi algumas situações de grande classe, a maior parte delas da protagonizadas por pequenos grandes Homens. Lembro-me por exemplo de uma aluna da minha escola que, depois de uma violenta agressão física a uma colega (que lhe havia “roubado” o namorado no fim de semana), se dirigiu imediatamente ao conselho executivo e disse-me: “Stôr, pode-me mandar uns dias para casa porque acabei de esmurrar a… Sei que não devia fazer, mas isto era uma coisa pessoal que eu tinha que resolver hoje”. O que é certo é que foi instaurado um processo disciplinar que acarretou alguns dias de suspensão pese embora, na altura da aplicação da medida as duas fossem já grandes amigas novamente. Ainda na Escola, como Director de Turma, tive um aluno que depois de um conjunto de disparates (que já nem me lembro o que foi) colocou o seu cargo de Delegado de Turma à disposição, pedindo-me para escolher outro porque não lhe parecia muito bem estar a representar a turma. Ora é exactamente porque neste momento não sei se devo pôr em causa tudo aquilo em que sempre acreditei que lhe estou a pedir ajuda, uma vez que, segunda a minha opinião, a agressão que protagonizou no final do jogo com a Sérvia é um erro que considero para além de todos os limites, o reconhecimento do erro foi quase arrancado a ferros 24h depois da ocorrência, já que no próprio dia as declarações eram até muito contrárias e, para cúmulo, a sanção que lhe foi aplicada é no mínimo… ridícula.
Como também não considerou o sucedido, motivo suficiente para colocar o cargo de Seleccionador à disposição, gostaria que me ajudasse a compreender tudo isto de uma forma que me faça algum sentido. Tudo o que de bom fez nestes anos e a conduta que o caracterizou ao longo da vida merecia o respeito por parte das pessoas responsáveis pela sua sanção, com a aplicação de uma medida à altura do erro cometido. Só assim, passado o castigo, poderíamos seguir em frente com o caso devidamente arrumado. Assim, tudo parece pouco… claro, e um profissional como o Senhor não merece ser tratado assim. Com os melhores cumprimentos, Nuno Frazão Comentarios (1)Escreva seu ComentarioVoce precisa estar logado para postar um comentario. Por favor registre-se se caso nao tenha uma conta
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