Em tempos participei numa discussão na faculdade, onde se debatia a diferença de dificuldade entre um movimento relativamente simples como a corrida e uma série de saltos acrobáticos numa cama-elástica. O que é facto é que independentemente da especificidade do gesto, ser um dos melhores do mundo a correr é tão difícil como ser um dos melhores do mundo em cama-elástica com mortais piruetas e tantas combinações de movimentos complexos.
A grande dificuldade de se estar em condições de realizar grandes desempenhos reside na preparação para esses momentos – O Treino. O difícil é ultrapassar todas as dificuldades do processo de treino. O volume de trabalho, a intensidade, as lesões, as motivações, as frustrações, etc. Mas a esgrima tráz ainda um problema adicional. A Esgrima é um desporto de confrontação directa em que a vitória de um corresponde ao fracasso do outro. Um outro do qual eu preciso do empenho e dedicação para no treino me colocar mais problemas e me ajudar a desenvolver as minhas capacidades. Um outro que eu tenho que ajudar a ser mais forte para que também ele, com essa sua força, me obrigue a ser melhor e assim me tornar um melhor jogador. Um outro com o qual eu depois tenho que medir forças, muitas vezes discutindo um lugar numa mesma equipa (Clube ou Selecção). Um outro que tráz da prova uma alegria por um desempenho positivo, com a qual nem sempre é fácil conviver, principalmente nos dias em que o meu produto não foi tão “sorridente”. Um outro que muitas vezes está no lugar em que eu gostava e achava que merecia estar.
Nesta modalidade em que a vitória de um é o fracasso do outro, ganha a equipa que conseguir que os seus elementos continuem a caminhar juntos... quer estejam na posição do UM ou do OUTRO.
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