Trabalho, Trabalho, Trabalho e... Trabalho

Mais um Ano que se inicia e, com ele, entramos numa das partes mais difíceis das épocas desportivas.

Iniciam-se as participações em competições internacionais e com elas as convocatórias de uns em detrimento de outros. Os rankings nacionais a tomar forma com uns mais adiantados, com maior margem de manobra, e outros mais atrasados com a “corda na garganta” a tentar recuperar terreno. A isto somamos os desempenhos escolares (notas do 1º período no secundário e período de exames nas Universidades), o cansaço e os problemas do mundo laboral (a tempo inteiro ou part-time conciliado com os estudos). As namoradas e namorados reclamam o tempo e a dedicação que a esgrima lhes rouba (muitas vezes já sem a paciência necessária para ouvirem pela milésima vez os desabafos das decisões federativas, ocorrências de uma prova ou simples situações de treino com fulano ou sicrano). A preocupação e intervenção dos pais tentando ajudar (umas vezes de formas que não nos agradam, muitas vezes de uma maneira que só mais à frente compreendemos e valorizamos).

Pomo-nos em causa, repensamos os objectivos, enchemo-nos de dúvidas e depois… voltamos ao trabalho.
É esta a beleza do desporto, ou melhor, é esta a beleza de tudo aquilo a que nos damos o trabalho de tentar fazer, com empenho, dedicação e muita vontade de conseguir alcançar.

Trabalhar, Trabalhar, Trabalhar e… Trabalhar.

Nos tempos do Mestre Horvath, num daqueles dias em que sentíamos que tínhamos trabalhado bem, cheguei ao final do dia, com cerca de 5/6 horas de treino distribuídas por duas sessões de trabalho, e disse-lhe qualquer coisa como isto:
“Mestre. Hoje treinámos mesmo bem.”
Ao que ele me respondeu:
“É verdade mas, hoje, apenas não perdemos terreno para os nossos adversários que por esse Mundo fora também trabalharam muito e bem. Se amanhã conseguirmos fazer mais talvez consigamos recuperar algum terreno.”

A verdade é que naquele dia nem fiquei muito satisfeito com o comentário, afinal iniciei a conversa na procura inconsciente de um feed-back positivo e…
Claro que o trabalho não se mede pela quantidade. A qualidade é fundamental mas, também é verdade que se os outros trabalham muito, não deve estar aí nenhum atalho reservado para “nós”.

Trabalhar, Trabalhar, Trabalhar e… Trabalhar.
Como alguém um dia disse, só existe um sítio onde SUCESSO vem antes de TRABALHO e esse sítio é… o Dicionário.

Comentarios (2)

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"Não há atalhos fáceis para qualquer lugar digno de ser visitado." Beverly Sills

Força! smilies/wink.gif

Sara Nascimento , 03 de Janeiro de 2009

Adenda - Palavras do Campeão Olímpico de Espada Masculina em Pequim

"Matteo Tagliariol ha svelato il segreto che gli ha permesso di vincere la medaglia d'oro nella spada all'Olimpiade di Pechino: il suo tecnico, Angelo Mazzoni, lo faceva allenare 6 ore al giorno, cioè il doppio delle 3 ore giornaliere previste dal programma dei tecnici federali."

Toda a entrevista em http://comesefossesport.blogos...-poco.html

Nuno Frazão , 13 de Janeiro de 2009