Diversos são os contextos dos espectáculos desportivos e todos eles se alimentam do interesse que despertam nas pessoas. Sem público não há envolvimento, não há apoios, não há condições que sustentem a sua existência.
Quando falamos de espectáculos desportivos que envolvam crianças a situação está resolvida por natureza. Pais, familiares e amigos dão vida às provas dos pequenos atletas.
Quando falamos de espectáculos desportivos com grandes estrelas também não é difícil garantir um enquadramento mínimo, embora obrigue a alguma estratégia dependendo da visibilidade de cada modalidade. Permitam-me lembrar que, mesmo os "Óscares do Desporto" - Laureus - gala recentemente realizada no Casino do Estoril, e que teve uma exibição de Esgrima no espectáculo, associa estrelas do mundo da moda e do cinema para aumentar a projecção do evento.
O problema reside nos eventos desportivos que não se integram em nenhum destes dois grupos. Aí sim, quando associados a modalidades com baixa implementação, é difícil promover espectáculo desportivo.
Este tipo de espectáculos tem que assegurar a sua visibilidade associando-se a eventos paralelos. Os Japoneses atribuíram às escolas primárias de Tóquio o apadrinhamento das selecções de todos os Países participantes nos Mundiais de Ginástica e encheram o Pavilhão de cor e entusiasmo, retribuído pela visita dessas mesma selecções às escolas que os apoiaram. Nos Mundiais de Basquetebol de Juniores no Pavilhão Atlântico as bancadas, muitas vezes vazias, contrastavam com o envolvimento dos torneios de 3X3 que se realizavam no exterior movimentando imensa gente em torno da modalidade.
Foi com grande tristeza que observei este sábado as finais do Torneio Satélite no Estoril. Não pelos desempenhos desportivos, pois sei bem que ninguém mais do que os atletas quer fazer o melhor, mas pelo envolvimento existente, onde os poucos funcionários Camarários, responsáveis pela arrumação do material, constituíram metade do público presente somando-lhes "meia dúzia" de convidados que gentilmente compareceram.
No próximo fim-de-semana voltamos a ter nova competição internacional no nosso País com a Taça do Mundo de Lisboa. A realização das finais num Centro Comercial, e a utilização desse espaço para divulgação da modalidade durante 3 dias asseguram uma boa projecção para a modalidade.
Os Clubes têm aqui uma boa oportunidade de se tornarem visíveis e promoverem o seu trabalho junto de grande número de pessoas, captando-lhes o interesse para a prática da Esgrima.
Esta é uma forma de produzir espectáculo desportivo em torno da Esgrima e o Parede... vai lá estar.
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