18-06-2005
Os Centros de Treino são uma das estratégias possíveis de organizar o treino com vista ao Alto-Rendimento.
Numa abordagem simplista, juntar os melhores esgrimistas, enquadrá-los com os melhores treinadores e apetrechá-los com os equipamentos necessários é à partida uma solução de sucesso fácil de fundamentar.
Vários são os Países que utilizam este modelo, concentrando os atletas das Selecções ao longo de todo o ano, outros efectuam o trabalho centrado nos Clubes juntando apenas os melhores atletas antes de grandes competições e há outros ainda que utilizam sistemas mistos.
Nesta reflexão não pretendo defender este ou aquele modelo e muito menos criticar aquele que é utilizado no nosso País. O que a mim me preocupa é o facto dos Centros de Treino implicarem, em muitos casos, a deslocação de jovens atletas afastando-os do seu envolvimento familiar.
A deslocação de jovens obriga, no meu ponto de vista, a um enquadramento que tem que ser bem mais abrangente do que um simples acompanhamento à distância do seu percurso desportivo e escolar.
Acompanhamos os nossos filhos tão perto quanto nos é possível, procuramos dotá-los de ferramentas para crescerem e tentamos transmitir-lhes confiança para que nos procurem sempre que acharem necessário. Sabemos que este é um trabalho diário desde que nascem e que mesmo assim, nem sempre os conseguimos ajudar.
Esta reflexão não visa emitir juízos de valor sobre aqueles que, ao serviço da Esgrima, efectuaram o seu crescimento nestas condições. Para mim esses são e serão sempre os grandes Heróis deste sistema com o qual, pedagogicamente, me encontro discordante.
O que não posso aceitar é que "aquilo" que considero mau para os meus filhos... sirva para os filhos dos outros.
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