Quando nos propusemos organizar as duas primeiras provas do Circuito Nacional de Juniores tínhamos dois grandes objectivos: proporcionar aos nossos atletas a possibilidade de jogar "em casa", pois sentimos que eles tinham esse grande desejo, e organizar um evento que dignificasse a modalidade e os seu intervenientes criando um verdadeiro espectáculo desportivo.
Semanas de preparação, uma organização formada por 3 elementos, uma vasta equipa de execução da prova, vários contactos com as entidades municipais, contactos com patrocinadores, articulação com projectos de promoção junto de escolas e muita boa vontade de familiares e amigos permitiram oferecer aos atletas duas provas cujos elogios à organização muito nos honram.
Duas semanas antes tínhamos já tido oportunidade de desfrutar, no Trofeu José Guimarães no UPVN, de um evento desportivo muito bem cuidado, dignificante para quem participa e entusiasmante para quem assiste.
Assim, não posso deixar de expressar tudo o que senti hoje ao descer à nossa realidade na 3ª prova do Circuito de Juniores. Um "palco" despido, lembrando aqueles domingos de manhã em que um grupo de amigos aluga um parque de jogos e realiza uma "futebolada" para justificar um almoço de grupo, a não chamada à pista dos finalistas (sempre tão estimulante para quem participa), a ausência de medalhas e de podium.
Que não se pense que critico quem constrói e organiza as provas. Conheço bem e valorizo muito o trabalho dessas pessoas, aliás são as mesmas que colaboraram nas organizações do UPVN e do Parede FC.
No entanto quero aqui deixar bem expresso que considero urgente dignificar as competições pois o trabalho e empenho dos clubes e atletas que praticam esgrima justifica que tudo o que depende apenas da "nossa" vontade, seja sempre de máxima qualidade, para que medíocre seja apenas... o reduzido número de participantes.
E porque gostamos sempre de fazer comparações com o estrangeiro aproveito para partilhar que, enquanto atleta, muitas foram as provas de Circuito Espanhol em que participei, muitos foram os colegas de selecção com quem viajei e em todos sempre vi um sorriso especial quando, com público ou sem ele, alcançávamos o quadro dos finalistas e vestíamos o casaco do fato de treino para sermos apresentados na pista principal.
Não custa nada, não demora muito e... alimenta o ego. Aliás, é assim que se faz na esgrima por esse mundo fora.
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